Na tarde desta quarta-feira (14), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) oficializou a entrega dos títulos de eméritas às primeiras servidoras técnicas da instituição a receberem a honraria. A sessão solene, que homenageou a técnica-administrativa Marilza Doroti Lamour (in memoriam) e a técnica de laboratório Roseli Aparecida Rocha Prado (ambas do Departamento de Bioquímica), aconteceu no Anfiteatro 10 do Setor de Ciências Biológicas, no Centro Politécnico. Autoridades da universidade, além de amigos e familiares das servidoras estiveram na sessão.
Lamour ingressou na Reitoria da UFPR em dezembro de 1986 e, em 1990, assumiu um cargo na secretaria do Departamento de Bioquímica, onde trabalhou mesmo após se aposentar. “Por quase quatro décadas, coordenava, organizava, planejava, emitia documentos, atendia alunos, professores e se lembrava do nome de cada estudante”, diz o professor Emanuel Maltempi, do Departamento de Bioquímica. A técnica faleceu no fim do ano passado, pouco depois de seu nome ter sido aprovado no Conselho Universitário (COUN) para a condecoração.
Já Prado ingressou na Universidade em março de 1967 como estagiária do Departamento de Bioquímica, e pouco depois foi efetivada. Também permaneceu na UFPR após se aposentar, em 1995, e hoje contribui com o núcleo de Fixação Biológica de Nitrogênio. “Ela comanda com presteza e eficiência a produção de meios de cultura fundamentais para as nossas pesquisas”, diz o professor Fábio Pedrosa, à frente do núcleo.
A homenagem
Mediada pela técnica administrativa Cláudia Vanessa Cavalheiro, a mesa solene desta quarta foi composta pelo diretor e pelo vice-diretor do Setor de Ciências Biológicas, Thales Ricardo Cipriani e Marcelo de Meira Santos Lima; a representante dos Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) no Conselho Universitário (COUN), Elis Regina Ribas, além de Prado e o filho de Lamour, Juliano Lamour Dias Pinheiro, que representou a mãe na entrega do título.
O diretor destacou o carinho que a comunidade setorial tem pelas homenageadas. “Um vídeo sobre a dona Roseli no Instagram do Setor recebeu número recorde de curtidas. Dona Marilza, por sua vez, é sempre lembrada como sinônimo de organização e competência”.
Lima mencionou a importância de conceder honrarias a servidores técnicos e não apenas a docentes. “Esse momento traz uma reparação histórica na UFPR. Foram mais de 100 anos até que os primeiros técnicos recebessem esse título”, disse. “Dona Marilza e Dona Rose agora se juntam ao panteão dos eméritos ao lado do técnico Palmiro Francisco Franco, do Departamento de Anatomia, e outros nomes importantes dessa instituição”.
Também estiveram no evento os professores Fábio de Oliveira Pedrosa e Fany Reicher, e o técnico administrativo Valter Antônio de Baura, que falaram sobre a trajetória das homenageadas.
“Dona Marilza foi uma mulher determinada e um pilar para seus dois filhos. Na UFPR, redigiu longos relatórios, trabalhou muitos feriados para o cumprimento de prazos com o Ministério da Educação e foi fundamental para a conquista da nota 7 do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica”, disse Reicher.
“Dona Roseli, como chamamos carinhosamente, sempre foi uma pessoa de fácil trato, empatia e responsabilidade. É instrutora de princípios de microbiologia a todos os que chegam ao laboratório e um dos principais pilares técnicos da nossa universidade”, disse Pedrosa.
Baura contou histórias que viveu com as eméritas desde que ingressou na universidade e destacou o papel delas para o crescimento da UFPR. “É uma emoção falar dessas grandes mulheres cujas trajetórias se entrelaçam às desta instituição. A UFPR é maior e melhor porque vocês estiveram aqui”, disse Baura.
O filho de Lamour falou em nome da mãe, em tom emocionado. “Ela adorava a Federal, vinha para cá com muita alegria e se sentia honrada por estar entre vocês. Eu agradeço por todo esse respeito e reconhecimento. Tenho certeza de que ela está muito feliz”, disse.
Prado agradeceu nominalmente aos inúmeros profissionais que fizeram parte de sua trajetória desde 1967 e manifestou sua disposição em continuar trabalhando. “Quando o coração me pedir para deixar o trabalho e viver só viajando, eu paro, mas por enquanto vou me dividir com vocês. Meu sincero agradecimento a todos.”
Conheça a história de Roseli Prado e Marilza Lamour
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Com informações da Aspec
