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Por Luana Lopes e Gabriel Maia
No último sábado (9), ocorreu a 9ª Marcha do Orgulho Crespo em Curitiba, reunindo uma programação cultural de celebração à identidade negra. A Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi uma das apoiadoras do evento, por meio da Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (Sipad).
A Marcha do Orgulho Crespo, movimento nacional iniciado em São Paulo, conta com o apoio da Sipad e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFPR (Neab) desde sua primeira edição realizada em Curitiba, em 2016. O objetivo do evento é proporcionar a reflexão sobre o racismo estético, denunciar o racismo e oferecer momentos de troca de informações, técnicas e cuidados para a população negra de Curitiba e região.
A marcha fez parte da programação do Festival Negritude UFPR 2024, que desde o começo de novembro está promovendo ações em torno do Dia da Consciência Negra, em parceria com os coletivos da comunidade acadêmica da UFPR e com os movimentos negros da sociedade civil organizada.
“A marcha busca dar uma atenção especial para a estética negra, falando no cabelo negro, trazendo trancistas, maquiadoras. É toda uma gama de pessoas que trabalham com a estética e cultura negra, para mostrar o valor da produção feita com pessoas negras”, afirma Judit Gomes da Silva, coordenadora de comunicação da Sipad.
A programação da marcha começou já no período da manhã, no Prédio Histórico da UFPR. A organização promoveu atividades para crianças e responsáveis sobre cuidado com cabelos crespos, pintura facial, desenhos com temática negra, teatro, contação de histórias, oficina de dança e desfile de penteados afro.
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No começo da tarde, ocorreu a concentração da marcha ao redor do Bondinho da Rua XV de Novembro e os participantes seguiram pelo calçadão até o Prédio Histórico, na Praça Santos Andrade.
As atividades reuniram centenas de pessoas, incluindo a família de Carmen Lucia, que não mora em Curitiba mas fez questão de participar nos últimos anos trazendo a filha e os netos.
“Desde pequenininhos eles participam. É maravilhoso, uma energia bem positiva”, disse.
Após a chegada na Santos Andrade, o evento contou com shows de vários artistas da comunidade negra.
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Conscientização e visibilidade sobre a pauta racial em Curitiba
A primeira Marcha do Orgulho Crespo de Curitiba ocorreu em 2016, após uma série de episódios de racismo estético que levaram várias mulheres negras a idealizar o evento, buscando valorizar a estética negra. Uma delas foi Neli Gomes da Rocha, que segue na coordenação da marcha até hoje.
Para Neli, a realização da marcha é fundamental para trazer estas discussões para Curitiba, que é a capital da região Sul com maior população declarada negra (28%).
“Curitiba e o Paraná como um todo não tem ainda uma tradição de reconhecimento da matriz africana. Mas isso tem sido crescente, então a marcha acaba dando visibilidade a vários micros movimentos que agregam força, por exemplo profissionais da educação, trancistas, maquiadoras, barbeiros e também o bloco Afro Pretinhosidade, que é uma ruptura no Carnaval de Curitiba”, disse.
Neli também ressaltou a importância da parceria da UFPR na realização do evento.
“É uma preocupação ter o respaldo em uma instituição federal para fazer uma ação contra o racismo e de empoderamento. Isso não é tarefa fácil, então ter a UFPR como apoiadora é fundamental para a gente conseguir ter essa amplitude de mídia e impacto”.
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Para mais informações sobre a programação do Festival Negritude da UFPR, confira as redes sociais da Sipad.
Foto destaque: Divulgação
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