A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, gerou controvérsia ao minimizar o déficit bilionário em empresas estatais, argumentando que muitas despesas são feitas com recursos em caixa, resultando em resultados deficitários apesar de lucros.
Essa justificativa, no entanto, foi questionada pela imprensa e pela população. O jornal O Globo, por exemplo, considera o déficit um alerta sobre a viabilidade das estatais sob o governo atual e defende a privatização como solução urgente.
“Independentemente do jargão contábil ou eufemismo que o governo escolha para descrever o desequilíbrio financeiro, é evidente que em algum momento ele terá de ser coberto pelo Tesouro, como foi no passado.” concluiu o jornal O Globo.
O editorial destaca que durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, as estatais federais passaram por um processo de saneamento financeiro, reduzindo seu impacto nos cofres públicos. Entretanto, com a volta de Lula ao poder, o cenário mudou, e as empresas voltaram a operar com déficit.
O Globo aponta que a maioria das estatais, com raras exceções em setores estratégicos de segurança nacional, deveriam ser privatizadas ou liquidadas. A publicação argumenta que o Estado não deve manter empresas que só sobrevivem graças a recursos públicos.
“Por princípio, o Estado não pode manter sob seu controle empresas que só não fecham as portas porque têm acesso privilegiado aos cofres públicos”, conclui o editorial.
Os Correios, com um prejuízo de R$ 3,2 bilhões em 2024, ilustram a situação crítica. Apesar de terem sido incluídos no Plano Nacional de Desestatizações durante o governo Bolsonaro, o atual governo interrompeu o processo de privatização. A estatal enfrenta dificuldades, e O Globo questiona a sua manutenção sob controle estatal.
Outro exemplo citado é a Infraero, que acumulou um déficit de R$ 540 milhões em 2024, apesar da privatização de vários aeroportos. O jornal defende a necessidade de revisar a missão e o tamanho da Infraero. Situação semelhante ocorre com a Casa da Moeda, impactada pela expansão dos pagamentos digitais.
Além das estatais conhecidas, existem outras empresas menos conhecidas que geraram poucos retornos financeiros. O Ceitec, por exemplo, projeto para produção de semicondutores, custou cerca de R$ 1 bilhão e teve sua liquidação suspensa por Lula. Outras empresas como a CBTU e a Emgepron também apresentam resultados negativos e questionamentos quanto à sua manutenção.
O Boletim das Estatais, que reunia informações sobre o orçamento, investimentos e dados financeiros dessas empresas, não foi atualizado desde o quarto trimestre de 2022, levantando preocupações sobre a transparência da gestão pública.
*Reportagem produzida com auxílio de IA