Corpo de trabalhador é retirado de velório no Paraná após confusão em liberação: ‘Foi constrangedor’, diz viúva

Caso foi registrado em Borrazópolis. Durante velório, família foi informada que corpo precisava ser encaminhado à Polícia Científica. g1 aguarda retorno da prefeitura, responsável pelo hospital que liberou o corpo. O corpo de Luiz foi retirado do velório, levado ao hospital e encaminhado à Polícia Científica.

Ronaldo Alves Senes/Blog do Berimbau

O corpo de Luiz Carlos Izabel, de 43 anos, foi retirado do velório em Borrazópolis, no norte do Paraná, após uma confusão no procedimento adotado para liberação. Familiares tiveram que cancelar a cerimônia e voltar para as casa, de acordo com Thais Fernanda, esposa da vítima.

A viúva explicou ao g1 que Luiz era motorista de caminhão, mas fazia outros serviços para completar a renda. No domingo (18), ele foi até uma obra e morreu ao ser atingido por uma laje.

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“Foi constrangedor. Tava ali todo mundo. A irmã dele veio do estado de Goiás pra poder ver ele”, disse Thais.

Conforme a viúva, o marido morreu no Hospital Municipal de Borrazópolis. Segundo ela, quando foi informada sobre a morte, o médico que a atendeu disse que o corpo já estava liberado.

“Falou que estava liberado pro funeral, tudo. Eu fui lá na funerária e escolhi o caixão”, ela contou.

O velório começou na noite do mesmo dia, mas foi interrompido perto das 22h. A viúva lembra que foi avisado que, por se tratar de um acidente de trabalho, era necessário levar o corpo para a Polícia Científica de Ivaiporã.

O g1 apurou que o corpo de Luiz foi levado ao hospital e, de lá, foi encaminhado à Polícia Científica.

O velório e o sepultamento só aconteceram no dia seguinte, segunda-feira (19), quando o corpo de Luiz foi liberado pela Polícia Científica.

Além da esposa, Luiz deixou uma filha de três anos.

“Minha vida pertence a Deus. Deus achou que a missão dele [Luiz] aqui acabou, e achou por bem levar ele. […] Bom pai, bom marido. Só vivia trabalhando e saía seis horas da manhã, chegava meio-dia, voltava uma hora”, a esposa contou.

Luiz e a esposa, Thais Fernanda.

Arquivo pessoal

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O que dizem os envolvidos

O g1 procurou a Polícia Militar do Paraná (PM-PR), que informou que “não foi acionada pelo hospital municipal para a confecção do Boletim de Ocorrência Unificado (BOU), após a confirmação da morte do envolvido, procedimento padrão em casos dessa natureza”.

A Polícia Científica do Paraná falou que foi acionada às 19h31 para recolhimento do cadáver no hospital. “Chegando ao endereço, às 20h35, foi constatado que o corpo não estava no local”, diz a nota enviada ao g1.

A Funerária Nossa Senhora de Lourdes explicou ao g1 que foi acionada no Hospital Municipal de Borrazópolis para recolher o corpo.

“Assim o fizemos e não cabe a nós observarmos se algum protocolo deixou de ser cumprido, em relação aos meios judiciais, já que quando nos acionam, todas as medidas de praxe foram tomadas”, justificou.

A reportagem procurou a Prefeitura de Borrazópolis, responsável pelo hospital, mas não teve retorno até esta publicação ir ao ar.

Ambulância levou Luiz ao Hospital Municipal de Borrazópolis após o acidente, no dia 18 de maio.

Ronaldo Alves Senes/Blog do Berimbau

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