‘Se viesse um brasileiro, meu tom de voz seria diferente’, diz jornalista paranaense que vai anunciar novo papa em canal oficial da Santa Sé

Silvonei José, que há 36 anos vive em Roma e trabalha no Vatican News, está na expectativa de saber quem será o sucessor o novo papa. Paranaense que vai anunciar novo papa em canal oficial compartilha curiosidade do conclave

O jornalista paranaense Silvonei José Protz, que há 36 anos vive em Roma e trabalha no Vatican News, portal de notícias oficial da Santa Sé, trabalha na cobertura do conclave que vai eleger o sucessor do papa Francisco, iniciado nesta quarta-feira (7).

Silvonei, que também é coordenador da Rádio Vaticano, será um dos responsáveis por anunciar na rede de comunicação da Igreja Católica em português o nome do novo papa.

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Apesar de ter acompanhado dois outros conclaves, ele admite que cada um traz uma emoção nova. Ele afirma que um anúncio, em especial, poderia mexer com suas emoções.

“Se viesse um brasileiro, eu acho que, naquele momento, o meu tom de voz seria pouquinho diferente. Sem dúvida nenhuma, além da emoção, é porque eu sou amigo de todos os cardeais brasileiros. E falar o nome de amigo meu pra sucessor de Pedro seria, sem dúvida nenhuma, uma emoção muito grande”, disse.

Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, o jornalista compartilhou algumas curiosidades sobre a cobertura da escolha de um novo papa.

Para estar preparado para o momento do anúncio, Silvonei precisa estudar a pronúncia dos nomes de todos os cardeais, assim como as nacionalidades deles. Sobre o assunto, ele relembrou a cobertura da eleição de Karol Józef Wojty?a, o papa João Paulo II.

“Nós não o conhecíamos. Quando ouvimos que era da Polônia, corremos para identificar e divulgar a notícia com precisão”, relembrou.

Jornalista paranaense que vai anunciar novo papa em canal oficial da Santa Sé compartilha curiosidades do conclave: ‘Se viesse um brasileiro, o meu tom de voz seria diferente’

Reprodução/RPC

Depois de tanto tempo morando no Vaticano, Silvonei conta que tem muito contato com os cardeais brasileiros. Segundo ele, nenhum deles demonstra interesse em ocupar o posto mais alto da Igreja Católica. Sete cardeais do Brasil estão aptos ao cargo.

“Não pensam nessa responsabilidade, que é enorme, imensa. Basta pensar que há um bilhão e quatrocentos milhões de católicos do mundo”, falou.

O conclave atual reúne 133 cardeais, vindos de todas as partes do planeta. A expectativa é que a votação dure de 2 a 3 dias. Quando uma fumaça branca sair da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, os católicos de todo o mundo ficam cientes de que os cardeais reunidos em conclave chegaram a um acordo sobre o sucessor do papa Francisco.

A ritualística marca o processo que começa a acontecer entre 15 e 20 dias após a morte do pontífice, e só chega ao fim quando o novo líder da Igreja Católica é apresentado da sacada da Basílica de São Pedro, de onde é proclamada a frase “Habemus Papam” (‘Temos um Papa’).

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Chaminé dará o primeiro indicativo da eleição do novo papa

Getty Images via BBC

A cobertura jornalística no local

No trabalho dele, o jornalista explicou que a cobertura da eleição é dividida em três frentes. Um grupo de jornalistas acompanha os desdobramentos diretamente da Praça São Pedro, outro grupo atua na sala de imprensa e um terceiro grupo transmite ao vivo para rádios e televisões brasileiras.

Apesar da mobilização, o segredo da escolha é bem guardado até o anúncio oficial. Ele afirma que saberá o nome do papa junto com o mundo.

“Ele sai da Capela Sistina vestido de papa e vem até o balcão central da Basílica. Depois do ‘habemus Papa’, que ressoa no mundo inteiro, que a gente vai saber, então, quem é o futuro sucessor”, falou.

Mesmo em Roma, é ‘Bicho do Paraná’

Natural de Guarapuava, na região central do Paraná, Silvonei viveu em várias cidades como Ponta Grossa, Curitiba e Pato Branco, antes de se mudar para Roma.

Quando se mudou, o plano era ficar por seis meses.

“Eu me defino que eu não sou Garoto de Ipanema, mas sou bicho do Paraná. Eu digo isso com muita alegria e não é só brincadeira, não. Eu tenho orgulho muito grande de ser paranaense, de ser de Guarapuava ou de ser pato branquense, de ter amor incondicionada por Curitiba.”

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