
O ecossistema de inovação de Londrina acaba de firmar parceria com uma das maiores aceleradoras de startups do mundo, a Plug and Play. O objetivo é posicionar a cidade como referência nacional em govtech e transformação digital, além de reforçar sua atuação como polo de inovação reconhecido globalmente. O termo de parceria, construído com o apoio do Sebrae/PR, foi assinado, na manhã desta quarta-feira (30), entre a empresa e a Associação Brasileira de Tecnologia, Inovação e Comunicação (Abratic), representando o ecossistema local. Participaram da solenidade autoridades, membros das governanças e entidades, além de empresários do setor de tecnologia.
Entre as iniciativas previstas estão desde o mapeamento de demandas tecnológicas do poder público à criação de um hub de inovação físico na cidade, passando por programas de incubação e aceleração de startups, fomento à digitalização e conexão entre empresas emergentes e grandes indústrias. A colaboração prevê, ainda, a estruturação de startups, programas de inovação aberta e eventos que ampliem a visibilidade do ecossistema londrinense no Brasil e no exterior.
Fundada no Vale do Silício, nos Estados Unidos, a Plug na Play está presente em mais de 50 cidades pelo mundo e só em 2024 realizou mais de 250 investimentos em startups. Tem atuação em mais de 20 verticais de negócios – como fintechs, agritechs, food techs, smart cities –, possui 35 unicórnios no portfólio e mais de 500 parceiros globais. Empresas da sua carteira já levantaram mais de U$ 12 bilhões em fundos adicionais. Como uma plataforma de inovação aberta, conecta as melhores startups com as maiores corporações do mundo.
As tratativas para a parceria se iniciaram em janeiro deste ano, quando o CEO da Plug and Play no Brasil, Igor Mazaki, esteve em Londrina em sua primeira viagem oficial como novo presidente da empresa no País. Para ele, a parceria representa um passo importante. Ele lembra que a empresa atua como uma plataforma internacional e que o potencial de Londrina atraiu a sua atenção, pela organização do ecossistema local, formado por 12 governanças setoriais e 250 startups mapeadas pelo Sebrae/PR. Essa estruturação, segundo ele, permitirá a entrega de resultados rápidos.
“Somos um parceiro agregador, que vai aproveitar tudo o que existe de melhor no ecossistema e acelerar, com possibilidade de internacionalização, que é o nosso diferencial”, destaca.
Para o presidente da Associação Brasileira de Tecnologia, Inovação e Comunicação (Abratic), Ronaldo Couza, a vinda da Plug and Play para Londrina vai ajudar a acelerar as startups da região, mas também apoiar a internacionalização das empresas. Ele destaca que a escolha de Londrina está ligada não apenas ao ecossistema estruturado, mas à conexão dele com o poder público, entidades representativas e universidades, o que favoreceu a rápida comunicação e articulação para a vinda da empresa.
“A expertise da Plug and Play vem para somar com os ativos que Londrina já possui, afinal, é uma empresa do Vale do Silício. O Google saiu de dentro dela, citando apenas um exemplo”, relata.
O gerente da Regional Norte do Sebrae/PR, Rubens Negrão, lembra que a instituição iniciou o movimento para a criação do ecossistema de inovação de Londrina, participa ativamente das governanças e foi convidada para ser um facilitador na formulação do termo de parceria com a Plug and Play.
“Construímos esse termo a partir do nosso conhecimento das necessidades, carências e oportunidades para a startups do ecossistema para que, futuramente, possamos também contribuir com o planejamento estratégico da estruturação desse novo ativo e aderir nossos programas às demandas da Plug and Play”, afirma Negrão.
O prefeito de Londrina, Tiago Amaral, diz que a aproximação com a empresa, de nível global, e a escolha da cidade como a primeira fora de São Paulo para ser parceira mostra a força do ecossistema e que a união de esforços tem dado resultados. Para ele, trata-se de um acordo relevante para promover as startups e conectá-las com empresas que demandam soluções tecnológicas e inovadoras, incluindo o poder público, por meio das govtechs.
“Ter a maior aceleradora do mundo em Londrina é um sinal de que demos certo. Agora, é começar a transformar isso em ganhos”, pontua.
O secretário de Inovação e Inteligência Artificial do Paraná, Alex Canziani, ressalta que a vinda da Plug and Play posiciona Londrina como um importante polo de inovação para o Brasil. Com uma das frentes de trabalho focada em desenvolver govtechs, que são startups que criam soluções para resolver demandas do poder público, Canziani afirma que os governos terão acesso mais facilitado a serviços de tecnologia para melhorar seus processos.
“Cada vez mais, vamos ter que investir em centros de tecnologia. Sem dúvidas, a presença da empresa no Estado vai trazer muitas oportunidades”, completa.