Com apoio de hub, startups da construção civil aceleram resultados em Londrina

A primeira cabana da Mumajo foi instalada no Mirante dos Agudos. Foto: Divulgação.

Apenas quatro meses separam a abertura do CNPJ, captação de investimentos, construção e entrega da primeira cabana turística da Mumajo, startup do setor da construção civil de Londrina, incubada no Construhub, o Hub de Inovação da Construção Civil. Este resultado acelerado se deve ao ambiente favorável à inovação dentro do ecossistema local, que engaja e conecta empreendedores, investidores e parceiros para o fomento de novos negócios. Hoje são 70 startups conectadas ao hub, criado em 2022, e aproximadamente 20 delas já estão faturando.

Para 2025, o Construhub, que conta com a parceria do Sebrae/PR e Sinduscon Norte-PR, tem previsto dois ciclos de incubação, que irão atender 22 startups, além de um programa de validação para projetos que passaram por esse processo inicial. O Go to Market é uma iniciativa para apoiar as empresas a alcançarem o mercado, fechando seus primeiros contratos. Isso porque, segundo o coordenador do hub, o engenheiro civil Murillo Braghin, a principal dificuldade desses negócios é sair da ideação e entrar na operação.

Braghin, que coordena o hub desde o início, agora também está do outro lado, como empreendedor. É dele, em parceria com o sócio Matheus Delalibera Gomes, a Mumajo, startup que criou um modelo diferenciado de hospedagem na natureza e cresce em ritmo acelerado. São cabanas modulares, construídas em Londrina e transportadas inteiras para locais turísticos, que podem ser em meio à natureza, praias ou montanhas. A primeira delas, já entregue e em funcionamento, está localizada em Sapopema, norte do Paraná, a 1,2 mil metros de altura, no Mirante dos Agudos.

Com capacidade para quatro hóspedes, a cabana é equipada com móveis e eletrodomésticos, cozinha completa, banheira de imersão, ar-condicionado, smart TV, wi-fi e fechadura eletrônica. O negócio começou com um capital de R$ 200 mil e tem previsão de retorno de investimento em dois anos.

Cabana turística é equipada com móveis e eletrodomésticos, cozinha completa, banheira de imersão, ar-condicionado, smart TV, wi-fi e fechadura eletrônica. Foto: Divulgação.

“Conseguimos os investidores, arrendamos o terreno e construímos a cabana. Entregamos pronta em 90 dias, usando a engenharia e tecnologia disponíveis em Londrina para desenvolver o projeto. Inauguramos a hospedagem no final de março e ela já está locada até agosto, com o valor médio de R$ 500 a diária”, conta Braghin.

A ideia é atender um nicho de mercado de hospedagem de alto padrão, começando por pontos turísticos paranaenses, que já são muito frequentados, mas que não possuem esse tipo de experiência de alto nível. O sócio fundador afirma que a cabana tem contribuído para o crescimento do movimento de turistas na região e da economia local. Um exemplo é o aumento no número de frequentadores do restaurante rural localizado próximo à hospedagem, que serve o café da manhã, incluso no valor da reserva, e também oferece almoço para os hóspedes que desejarem.

“A cabana é automatizada, sustentável e móvel. Ela possui uma miniestação de tratamento de esgoto, e a água tratada é usada na jardinagem. Como só precisamos de estacas de madeira para que ela fique suspensa, conseguimos colocá-la em qualquer lugar sem agredir o meio ambiente”, explica.

Maquetes interativas

Um ano depois de iniciar sua jornada no empreendedorismo, Raphael Henrique de Mello, CEO e fundador da Level, conheceu o Construhub. No ambiente, com o apoio de mentores, conseguiu encontrar um propósito para a sua empresa, organizá-la financeiramente e até dar o nome adequado para um dos seus principais produtos, que é a maquete interativa.

“Ter me conectado ao hub me proporcionou uma troca de experiências. Lá, tem profissionais da construção civil, pessoas influentes, players importantes, gente disposta a ensinar. Para mim, fez muita diferença estar inserido nesse ecossistema por essas conexões importantes”, comenta o empreendedor.

Imagem de maquete virtual projetada pela Level para uma construtora de Londrina

Hoje, já são quatro pessoas no time da Level, que vende soluções tecnológicas para o mercado imobiliário e tem como principais clientes as construtoras. Mello explica que, no portfólio, além das maquetes virtuais 3D, está o passeio virtual interativo. Ambos os produtos podem ser usados nos lançamentos de empreendimentos para as construtoras oferecerem uma experiência diferenciada de compra aos seus clientes. A ideia deu tão certo que, segundo o empresário, já tem investidor querendo internacionalizar a solução.

Hub acelera conexões

O consultor do Sebrae/PR, Gustavo Ishikawa, ressalta a importância dos ambientes de inovação para a criação de negócios tecnológicos e escaláveis em Londrina e região. O Construhub, segundo ele, além de apoiar o desenvolvimento de novas empresas, promove a conexão delas com as médias e grandes já estabelecidas no mercado, assim como com o poder público, academia e entidades. Antes da formação do ecossistema, ele afirma que não havia essa facilidade de trabalhar a inovação dentro de um segmento tão tradicional, como é a construção civil.

“Até então, se conectar com esse público não era tão simples. A Icon [Governança de Inovação na Construção Civil de Londrina e Região] faz esse papel muito bem hoje. O setor é muito amplo, tem campo para inovar em diversas áreas. A gente percebe isso pela variedade de negócios que já integram o hub”, analisa.

O Construhub atende startups da construção civil e mercado imobiliário, e também de cidades inteligentes e greentechs. O hub fica na sede do Sinduscon Norte-PR, na Avenida Maringá, nº 2400, Jardim Vitória. Mais informações estão disponíveis no site: https://www.sinduscon-nortepr.com.br/construhub.

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