Júnior da Femac torna o sonho do vereador Adan Lenharo em dias de pesadelo

O que era para ser uma trajetória promissora de estreia na política virou um verdadeiro pesadelo para o vereador Adan Lenharo. Eleito com apoio direto do ex-prefeito Júnior da Femac, Adan agora vê seu mandato ameaçado por uma decisão da Justiça Eleitoral que anulou os votos do partido Democracia Cristã (DC) por fraude à cota de gênero. A medida atinge em cheio o vereador, que pode perder o cargo a qualquer momento, junto com outros parlamentares impactados pela recontagem dos quocientes eleitoral e partidário.

A situação expõe não apenas a fragilidade da candidatura de Adan, mas também as escolhas políticas do grupo liderado por Júnior da Femac. Ao apostar em uma legenda que agora está no centro de um escândalo eleitoral, o ex-prefeito comprometeu um mandato que mal havia começado. Adan, que chegou à Câmara com discurso alinhado ao Executivo e como promessa de renovação, se vê agora mergulhado em uma crise jurídica e política que pode encerrar sua passagem pela Casa antes mesmo que ela engrenasse.

A fraude, confirmada em decisão judicial, envolveu o uso de candidaturas femininas fictícias para burlar a legislação eleitoral que exige no mínimo 30% de candidaturas femininas por partido. Shirley Oliviere, uma das candidatas apontadas na ação, admitiu em depoimento que nunca teve intenção de disputar e que apenas emprestou seu nome para preencher a chapa. A Justiça considerou o caso grave o suficiente para anular todos os votos do partido e cassar o DRAP, o que compromete diretamente o mandato de Adan Lenharo.

Agora, a vaga que era ocupada por Adan deve ficar com Lucas Leugi, que fez mais de dois mil votos nas últimas eleições e está de prontidão para reassumir uma cadeira na Câmara. A possível volta de Leugi representa também um baque político para o grupo de Júnior da Femac, que pode perder um aliado fiel e ver um opositor articulado recuperar espaço no Legislativo.

Enquanto o caso ainda pode ser analisado em instâncias superiores, o clima nos bastidores é de que a queda de Adan é praticamente inevitável. Um sonho construído com o aval do ex-prefeito parece ter se transformado em pesadelo — e não apenas para o vereador, mas para toda a articulação política de Júnior da Femac.

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