Versão do fármaco importado ministrada por via endovenosa será opção no atendimento de pacientes que se submetem a transplante de medula
A Pró-Reitoria de Orçamento e Administração (Proad) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) informa ter concluído os procedimentos para importação de um medicamento que ficará disponível para o atendimento de pacientes do Complexo Hospital de Clínicas (CHC) que estão na fila por um transplante de medula.
O medicamento micofenolato de mofetila na forma injetável será uma opção para impedir a rejeição de transplantes em pacientes que se submeterem a transplantes de medula haploidênticos — ou seja, em que não há compatibilidade total entre doador e receptor — realizados devido à anemia de Fanconi.
Essa anemia é uma doença hereditária rara, de incidência avaliada entre um em cada 360 mil até um em cada 100 mil indivíduos nascidos vivos, a depender da população. É caracterizada por falência de medula óssea, múltiplas anormalidades congênitas e, em cerca de 20% dos casos, pelo desenvolvimento de doenças como as síndromes mielodisplásicas (causadas pela interrupção da produção de células sanguíneas) e a leucemia mieloide aguda.
O medicamento em questão não tem aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso na forma endovenosa, apenas por via oral. A indicação, porém, parte de uma ação civil pública na qual a União foi condenada, em março de 2024, a fornecer o fármaco na forma injetável, devido à dificuldade que pacientes transplantados encontram para absorver substâncias pelo trato gastrointestinal.
Compras
A equipe da Unidade de Apoio às Contratações Diretas (UACD), vinculada à Coordenadoria de Licitações e Contratações (Clic) da Proad da UFPR, já providenciou a importação de 540 frascos do medicamento, ao preço de R$ 205 mil reais (cerca de US$ 35,4 mil), ao que foram somados mais R$ 15,3 mil de despesas com agenciamento da carga, despacho aduaneiro e demais procedimentos próprios do transporte internacional.
O quantitativo é suficiente para atender aos 11 pacientes da fila do CHC, com transplantes que estavam agendados entre setembro de 2024 e janeiro de 2025.
Devido às regras de importação e às limitações orçamentárias, a UACD precisou vencer dificuldades como tratar da licença emergencial com a Anvisa, encontrar exportadores com documentação necessária e obter a licença de importação para compra dos fornecedores na Europa.
Pioneirismo
O Serviço de Transplante de Medula Óssea (STMO) do CHC UFPR é pioneiro na América Latina, tendo realizado o primeiro transplante de medula óssea do continente, em 1979. O CHC informa que, até 15 de novembro de 2024, havia realizado 3.365 transplantes.
(Com informações da Clic/Proad)