Na última sexta-feira (13), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) assinou um termo de cessão de imóvel destinado à criação de moradia para estudantes indígenas, em uma ação pioneira que visa garantir a permanência e o sucesso acadêmico desses alunos. O acordo foi firmado entre a universidade, o Estado do Paraná, o Ministério Público Estadual (MPPR), a Defensoria Pública e a Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Povos Indígenas, com o objetivo de criar um ambiente mais adequado para o acolhimento de estudantes indígenas na capital paranaense.
A mesa diretiva do evento contou com a presença do reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca; o secretário de Estado de Administração e Previdência, Cláudio Starley; o diretor-geral da Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Povos Indígenas, Diego Buligon; a representante do coletivo Maloca da UFPR, Gislaine Vieira da Silva e o Procurador de Justiça e coordenador da Área de Direitos Humanos do MPPR, Olympio de Sá Sotto Maior.
Com a fala, o reitor Ricardo Marcelo Fonseca destacou a importância da iniciativa como um passo fundamental para a inclusão e o sucesso dos estudantes indígenas na universidade. “O diálogo foi sempre para garantir o acesso e permanência dos estudantes indígenas na UFPR.Nada mais justo uma universidade pública ser uma universidade para todos”
O diretor-geral da Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Povos Indígenas, Diego Buligon, ressaltou que o trabalho em conjunto que resguarda uma moradia e o compromisso da universidade com a diversidade cultural é uma data que precisa ser celebrada e um momento histórico para o Estado do Paraná. “Que essa casa possa trazer para os estudantes indígenas um espaço de abrigo e melhorias, e que possa cada vez mais proporcionar melhorias no ensino”.
O procurador Olympio de Sá Sotto Maior também reforçou o papel do Ministério Público na defesa dos direitos indígenas, destacando o trabalho contínuo para garantir a educação superior a esses estudantes. “O Ministério Público do Paraná tem um núcleo específico que trata dos direitos dos povos indígenas. Então a intervenção do MPPR será sempre no sentido de garantir os direitos da população indígena, com especial foco no acesso ao ensino universitário”, declarou. Olympio ainda ressalta que o foco principal é que os estudantes possam, inclusive, manter os seus hábitos, as suas tradições.
Gisleine Vieira da Silva, representante do Coletivo Moradia Estudantil Indígena e Coletivo dos Estudantes Indígenas (Maloca/Ceind) da UFPR, enfatizou a importância do diálogo e da luta constante para assegurar a permanência e o bem-estar dos estudantes indígenas na universidade. “Hoje, podemos caminhar de maneira diferente. Estamos aqui para dialogar, combinar nossas demandas e avançar na construção de um espaço mais inclusivo”, disse.
O imóvel, cedido pelo Estado do Paraná, está localizado no centro da cidade, próximo à antiga UPA, e passará por reformas para se adequar às necessidades dos estudantes. Embora o espaço ainda precise de ajustes, a localização estratégica e a perspectiva de um ambiente acolhedor são vistas como uma grande conquista para a UFPR.
Além da moradia, a parceria também envolve outras ações de apoio à permanência estudantil, como bolsas de estudo e o acesso ao restaurante universitário, com o intuito de oferecer condições adequadas para que os estudantes indígenas possam se concentrar em seus estudos e concluir seus cursos com sucesso.
A assinatura do termo de cessão de imóvel reafirma o compromisso da UFPR com a inclusão e a valorização da diversidade cultural, representando um marco histórico na política de inclusão para estudantes indígenas na universidade.
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